Roubo de cargas no Brasil atinge o maior patamar em 15 anos
Em 2012, o número de casos de roubos de cargas bateu recorde. A maioria acontece nas áreas urbanas. É o que mostra um levantamento exclusivo ao qual o Jornal Nacional teve acesso.
As histórias de violência e prejuízo se multiplicam na vida dos motoristas de caminhão do país. Em 2012, o número de casos de roubos de cargas bateu recorde. A maioria acontece nas áreas urbanas. É o que mostra um levantamento exclusivo ao qual o Jornal Nacional teve acesso.
O caminhão vai para a estrada com segurança particular. Quando não há escolta, a vigilância é feita por rastreadores eletrônicos. Mesmo assim as viagens não têm sido tranquilas para os caminhoneiros.
“Está muito perigoso. Tento não rodar à noite. Deu seis horas, eu paro”, conta o caminhoneiro Marco Antônio Bonfim.
A pesquisa que acaba de ser concluída pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, mostra a evolução do roubo de cargas pelo Brasil. No ano passado, os números atingiram a maior marca dos últimos 15 anos. Foram 14,4 mil casos.
São Paulo ficou com mais da metade dos roubos. O Rio de Janeiro registrou um quarto. E 30% dos roubos acontecem nas estradas. Entre o Sul e o Norte do Brasil, a BR-101 e a BR-116 foram as mais perigosas. Seguidas do trecho entre Minas e Brasília da BR-50 e a rodovia Belém-Brasília.
As cargas de alimentos, cigarros, eletroeletrônicos, remédios e combustíveis são as mais visadas.
O momento mais perigoso para os caminhoneiros é quando eles param para carregar ou fazer entregas. Segundo o levantamento, 70% dos roubos acontecem nas áreas urbanas, ao redor dos grandes centros comerciais.
Em 33 anos de estrada, Edmilson Ferreira da Silva já foi assaltado oito vezes. “Geralmente quando a gente vai pro mercado é um horário cedo da manhã. Nós saímos pra fazer entrega, eles abordam a gente”, diz o caminhoneiro.
São os chamados roubos de oportunidade, quando o ladrão aproveita para agir rápido. O prejuízo com roubo de cargas no ano passado foi de quase R$ 1 bilhão. Os transportadores reclamam que falta punição para quem compra as cargas roubadas e dizem que o consumidor paga esta conta.
“O custo encarece porque você é obrigado a usar escolta armada, rastreamento. A cada tempo, e isso é repassado ao custo final”, explica Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança.
Fonte: Do G1 - Jornal Nacional - 10/11/2013