Medidas do governo federal para infraestrutura ainda são tÃmidas
07-06-2017
Medidas do governo federal para infraestrutura ainda são tÃmidas
O mais recente anúncio feito pelo governo federal para concessões em projetos de infraestrutura foi tÃmido para o transporte. Os 55 projetos anunciados preveem poucas novidades para o setor, em rodovias, portos e ferrovias.
No modal rodoviário, o presidente da ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias), César Borges, analisa que as ações estão aquém do necessário. O Planalto afirmou que até 2018 devem ser licitados 211 quilômetros da BR-101, em Santa Catarina. “É pouco para as necessidades que o paÃs tem para infraestrutura rodoviária. Esperamos que o governo possa, no menor tempo possÃvel, colocar em leilão público para que haja um vencedor e as melhorias possam advir, uma vez que o paÃs precisa de novos investimentos, gerar novos empregos, melhorar a infraestrutura logÃstica e, principalmente, as condições das nossas estradasâ€, diz.
As concessionárias esperavam uma solução para destravar investimentos necessários em rodovias concedidas no estado do Rio de Janeiro (administradas pela Nova Dutra, que é a ligação entre o Rio e São Paulo na BR-116; CRT, na BR-116, da região de Teresópolis até o entroncamento com a BR-040/RJ; e Concer, na BR-040 entre Juiz de Fora, em Minas, e a cidade do Rio de Janeiro).
Porém, o governo disse que dará inÃcio aos estudos de viabilidade técnica para relicitar os projetos a partir de 2021, quando os contratos vencerão. “Essas estradas têm gargalos de nÃvel de serviço ofertadas ao usuário. As concessionárias estão prontas para fazer as intervenções necessárias e seria um benefÃcio imediato para geração de emprego e renda e aumento da segurança. Mas isso vai ficar para depois de 2021, quando vierem as novas concessões e aà iniciar as novas construçõesâ€, destaca César Borges.
A realização das obras pelas empresas exigiria o reequilÃbrio econômico-financeiro dos contratos, já que elas não estavam previstas no momento da concessão. Mas o presidente da ABCR destaca que as necessidades de intervenções mudam ou surgem com o passar dos anos. O reequilÃbrio seria obtido por meio do aumento de tarifas, do pagamento dos valores pelo poder concedente ou da extensão do prazo de concessão para amortização do investimento. Entretanto, determinações da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e do TCU (Tribunal de Contas da União) impedem que isso seja feito.
César Borges cita, como exemplo, a necessidade da construção de uma nova pista na Presidente Dutra (BR-116), na região Serra das Araras, para reduzir os acidentes e facilitar a circulação do tráfego, e a mudança da BR-040, na subida de Petrópolis, já que o traçado antigo (da década de 1940) também aumenta o risco de acidentes, especialmente envolvendo veÃculos de cargas.
O governo federal também anunciou prorrogações antecipadas de concessões em cinco malhas ferroviárias (ALL Malha Paulista - Minas Gerais e São Paulo -; MRS LogÃstica - Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo -; Estrada de Ferro Carajás - Pará e Maranhão –; Estrada de Ferro Vitória-Minas - EspÃrito Santo e Minas Gerais -; e Ferrovia Centro Atlântica - no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste).
Crédito: Arquivo CNT
A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) recebeu o novo pacote de forma positiva. Segundo a entidade renovação antecipada dos contratos permitirá que bilhões sejam investidos na malha, gerando benefÃcios operacionais e sociais. "A inclusão das prorrogações dos contratos de concessão de cinco ferrovias materializa a intenção do governo de viabilizar investimentos significativos e de curto prazo no setor. Trata-se de decisão acertada que permitirá expressivo aumento de capacidade das ferrovias, investimentos em novas tecnologias, contornos ferroviários entre outrosâ€, avalia o diretor executivo da associação, Fernando Paes.
A estimativa do setor é que serão realizados investimentos na ordem de R$ 25 bilhões em seis anos, o que também permitirá a criação de emprego e renda.
Na área de portos, os novos arrendamentos anunciados são para os terminais de celulose e de veÃculos do Porto de Paranaguá, no Paraná; o de celulose de Itaqui, no Maranhão; e também o Terminal de Carga Geral do Porto de Santana, no Amapá. Os investimentos previstos são de R$ 456 milhões, no prazo de 25 anos. A estimativa é que os leilões ocorram no 1º semestre de 2018.